segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Divortium...a causa do fenómeno


O post anterior já aí longe, por isso decidi não mais o prolongar. No entanto o assunto do divórcio e do porquê existirem em cada vez maior número é merecedor de análise. Não foram as palavras da senhora desta manhã que me fizeram pensar, não mesmo, até porque é algo que já me tem assaltado o pensamento com frequência, este fenómeno se assim o podemos chamar e que muito insistem em relacioná-lo directamente com a falta de amor, mas será essa sua âncora?

Ama-se menos nos nossos dias? Será que o amor do chamado antigamente era diferente do de hoje? Será que a maior causa de divórcio é a falta de amor? Será que havia menos divórcios porque as pessoas sabiam amar melhor e com maior intensidade?

Não acredito que a questão se prenda por aí. Não seria antes o comodismo e as mais diversas sujeições às quais as mulheres se deixam (ou não tinham outra alternativa) submeter que levavam com que o casamento se mantivesse, permanecendo assim os casais juntos, mesmo que o amor faltasse ou já nem mesmo existisse?

Acredito profundamente que em muitos casamentos que se mantiveram e que ainda hoje existem, não era/é o amor a uni-los e a fazer prevalecer a relação, mas sim a existência de uma conveniência. Acredito também que a razão que noutros tempos levou muitos casais a manterem-se juntos por muito tempo, em alguns casos até à morte do outro, nada tinha a ver com o amor, mas sim com condicionantes sociais, morais, familiares, físicas, económicas, religiosas, entre outras. Muitos viveram situações de frustração por não conseguirem sair de casamentos falhados ou mesmo agonizantes, mantendo-se neles de forma estóica, mesmo estando a sofrer.

Na minha perspectiva não é a falta de amor que está na raiz da proliferação dos divórcios, mas sim a mutação dos tempos e das mentalidades que tem criado uma abertura para que sejamos capazes de nos assumirmos, sabermos quem somos, sabermos onde e como queremos estar, sem que sejamos obrigados a viver situações de falsidade ou alimentar um desamor.

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