segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Conflito do divórcio ou de gerações?


É um tema sobre o qual cada vez se fala mais e uma interrogação para a qual muitos procuram uma resposta. Porque razão existem mais divórcios?

A pergunta coloca-se, porque constata-se que nos tempos actuais ocorrem cada vez mais divórcios. É uma verdade estatística. No entanto os factos que levam ao divórcio são outros 300...que muitas vezes, na discussão em busca da resposta, gera muitos conflitos entre partes.

Hoje ouvi duas senhoras em conversa no café, não sei se era uma conversa ou monólogo, atendendo que só uma delas falava, mas chamemos-lhe conversa tendo em conta que envolvia a presença entre dois seres. Esta conversa ocorreu pela manhã enquanto tentava, tranquilamente, prosseguir com a leitura do meu jornal. Uma delas indagava-se, num tom muito chocado... e uns decibéis acima dos por mim desejados, como era possível que nos tempos de agora, expressão por ela usada, existissem tantos divórcios principalmente provocados a pedido de mulheres!!?? Seguiu na sua “inteligente” dissertação, sem dar qualquer hipótese de resposta à amiga...que a sua nora tinha recentemente pedido o divórcio ao filho, com uns comentários pelo meio, tais como "coitadinho e ele que é tão bom rapaz", entre outras coisas mais, reforçando que antigamente nada disto acontecia, que as pessoas se amavam mais do que agora, acrescentando que as facilidades dos tempos actuais proporcionam a este acontecimento, que o problema reside na independência profissional da mulher, apontando-o como principal factor para a dissolução dos casamentos, assim como a liberdade de pensamento e de estilo de vida dado à mulher seria outra causa para se ter chegado a este ponto, etc, etc, etc.

À medida que se ia entusiasmando com seu rebuscado processo mental, olhava em redor em busca de sinais visuais que corroborassem a sua exposição ou estimulassem algum tipo de discussão mais quente...mas no seu raio de visão só se encontravam duas pessoas, a amiga e eu, que me encontrava na mesa mesmo em frente, sendo que a primeira demonstrava sinais de concordância, não por palavras, mas num balançar afirmativo regularmente cadenciado da sua cabeleira empestada de laca, foi em mim que a senhora posou o olhar...e por mal dos meus pecados foi no preciso momento em que levantei os olhos do jornal para tirar a pinta das "catatuas" que não paravam de tagarelas ruidosamente e que perturbavam a minha concentração, desviando assim a atenção do conteúdo do jornal, foi quando esbarrei com olhar da Ave Mestra, passemos-lhe a chamar assim... Pensei com os meus botões...já está, foste catada!! Ainda procurei disfarçar, em vão, com um olhar abstracto daqueles “catatónicos” quando estamos a olhar para o infinito, mas ela topou-me a pinta, tirou-me as medidas certinhas...foi de tal ordem que a senhora ou mesmo estafermo, se me permitem que assim a apelide, me incomodou ao ponto de me retirar da esplanada. Não vos vou contar o teor da conversa dali para a frente, apenas adianto que não teci qualquer comentário, não me tendo sequer envolvido na conversa, mas o que dali para a frente se conseguiu reproduzir vindo daquela fonte, foi demasiado para mim, tanto que a minha expressão facial já começava a denunciar o que me ia no intimo...sendo este o objectivo da Ave Mestra, provocar a "piquena" da mesa da frente que apresentava o perfil idêntico ao da mulher do filho. Na impossibilidade de dizer aquelas coisas à nora, encontrou em mim o bode expiatório...isto à com cada uma! Há por aí mentes muito rebuscadas e quando a essa característica se acumula uma dose, forte, muito forte, de frustração...se por acaso alguma vez tiverem uma pega de caras com alguém deste estilo e não estiverem para grandes aborrecimentos ou trabalhos, o melhor é desviarem-se do caminho deles e deixarem-nos seguir o deles até se estatelarem! Foi o que fiz e confesso que tive de refrear os meus instintos, mas agora analisando melhor, a minha postura foi exemplar. Estou orgulhosa! Divorciei-me daquela imaculadamente!

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